quarta-feira, 11 de agosto de 2010




Você deu flores que ela deixou a seco.

Você levou para conhecer a sua mãe e ela foi de blusa transparente.


Você gosta de rock e ela de chorinho.


Você gosta de praia e ela tem alergia a sol.


Você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo. Nem no ódio vocês combinam.


Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.


Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo.


Quando a mão dele toca sua nuca, você derrete feito manteiga.


Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas.


Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim.


Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes de Woody Allen, dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.


É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco.


Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettuccine ao pesto é imbatível.


Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo.


Com um currículo desses, criatura, por que diabo está sem um amor?


Ah, o amor, essa raposa.


Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = 2 apaixonados.


Não funciona assim. Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem.


Caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.


O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão.


O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.


Costuma ser despertado mais pelas flechas do cupido do que por uma ficha limpa.


Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano (o amor é lindo…). Isso são só referências.


Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.


Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.


Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.


Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível.


Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família tá assim ó.


Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é.

Arnaldo Jabor

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